O Brasil sofre com a evolução da Covid-19 e passa por grave crise sanitária, econômica e política. O número de mortos cresce diariamente, às centenas. O presidente Jair Bolsonaro insiste em negar a existência da crise na saúde e investe

contra o isolamento social, única medida eficaz, até o momento, para conter a contaminação, e propagandeia o uso de um medicamento sem eficácia comprovada. Mais que isso, coloca o país na iminência de um golpe de Estado, incentivando e participando de manifestações antidemocráticas, ao arrepio da Constituição, que preconizam o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Incompetente para debelar a pandemia, Bolsonaro agrava a crise política e objetiva a instauração de um governo ditatorial por ele comandado. Incapaz de exercer com eficiência a Presidência da República, ameaça governadores e prefeitos os responsabiliza pelas dificuldades econômicas agravadas com a pandemia; investe contra o movimento sindical e popular que, historicamente, defende os interesses dos trabalhadores e da comunidade contra a voracidade do grande capital na busca crescente por lucros e desmantelamento da proteção social; ataca a liberdade de expressão, de informação e a ciência, que a todo momento desmascaram seus intuitos opressores e obscurantistas. Ambiciona golpear a democracia, o que levaria o Brasil a situação de grandes confrontos, uma vez que as forças democráticas e o movimento popular resistirão à ditadura que almeja.

O Governo Federal contraria as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e desdenha das medidas sanitárias necessárias para conter a pandemia de Covid-19. Desqualifica e corta verbas para a pesquisa científica, reduz recursos para as universidades e o ensino. Ataca direitos trabalhistas, favorecendo perda de salários e demissões. A ajuda emergencial de R$ 600,00, aprovada pelo Congresso para socorrer os setores mais carentes da população, está tendo seu pagamento sabotado, provocando imensas filas diante das agências da Caixa Econômica Federal, propiciando a propagação do coronavírus.

O Observatório PrEpidemia da Universidade de Brasília indica que as medidas de controle da pandemia estão relacionadas ao isolamento social, tais como fechamento de escolas, empresas públicas e privadas, e do comércio, mesmo que impactem na vida dos cidadãos e na economia. O não isolamento, defendido por Bolsonaro e pelos grandes empresários, aumenta o número de óbitos e também afeta negativamente a economia. As atitudes do presidente e seu governo geram desinformação, insegurança e desrespeito às orientações dos profissionais da saúde.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee, que representa mais de 1 milhão de professores e técnicos administrativos que atuam na educação privada, do ensino básico ao superior, rechaça as ambições golpistas de Bolsonaro e manifesta apoio incondicional às determinações da OMS, de isolamento/afastamento social, reconhecendo que é a única maneira efetiva de salvaguardar os trabalhadores (as) do campo e da cidade e o conjunto da população, principalmente pela carência de um serviço de saúde qualificado para seu enfrentamento. Solidariza-se com todas as famílias que perderam seus entes queridos pela doença. Congratula-se com a categoria que, enfrentando adversidades, esforça-se para garantir laços e aprendizado dos estudantes, mesmo à distância. Parabeniza e expressa sua gratidão aos trabalhadores da saúde na incansável tarefa de salvar vidas.

A Contee reafirma seu compromisso com a construção de um país mais justo, igualitário, solidário, saudável, soberano e democrático, com desenvolvimento econômico comprometido com a inclusão social.

Brasília, 19 de maio de 2020

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee

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