No dia 25 de janeiro, o Ciclo Nacional de Palestras Remotas Formativas do CES contou com a presença de Renato Simões e de Javier Alfaya para desenvolverem o tema “Políticas Públicas do Governo Lula: Educação Popular e Cultura".

Simões inicialmente localizou, no período histórico recente, as vitórias obtidas nos governos de Lula e Dilma e o tremendo retrocesso no período de Temer e Bolsonaro. Esse retrocesso se abateu sobre o Movimento Sindical, com as terríveis reformas trabalhista e previdenciária. Uma vitória que poderia ser fácil, inclusive em função do desastroso Governo Bolsonaro, na realidade foi muito difícil, sendo obtida em 2022, por uma pequena margem de votos.

Não é fácil recuperar as políticas públicas, após serem arrasadas pelo governo anterior. Os setores neo-liberais não têm compromisso com a democracia, vide ato criminoso de 8 de janeiro de 2023. As forças democráticas e progressistas precisam colaborar no sentido de repactuar a relação partidos- movimentos sociais-governo, para que seja recuperada a democracia participativa. É necessário aumentar o enraizamento nos territórios, politizar, aprimorar participação nos Conselhos e a intensificar a participação digital. Houve avanços em 2023; espera-se que estes avanços cresçam em 2024, inclusive no que se refere-se à Educação Popular.

Alfaya procurou demonstrar a necessidade de que a política cultural não se desenvolva apenas nos gabinetes, mas que ela chegue nas bases. A direita colocou no centro do debate a guerra cultural, atacando valores muito caros para os progressistas, como a solidariedade, a igualdade de gêneros, de raças e etnias, os direitos humanos, a importância do serviço público, a construção de um mundo fraterno. Reforçou a necessidade da política cultural ser debatida nas Conferências, de ter as Escolas municipais, estaduais e as Universidades como lócus do seu desenvolvimento; de ser feita, de forma criativa nas entidades sindicais e nos movimentos sociais em geral. Ressaltou a importância da esquerda dominar os meios digitais para comunicar seus valores comprometidos com a verdade, e enfrentar a direita, que utiliza muito as redes sociais para transmitir suas ideias, muitas delas mentirosas.

As entidades sindicais precisam, ao mesmo tempo que lutam pelos direitos das categorias, precisam também serem verdadeiras escolas de formação política. Segundo Alfaya, precisamos de mais ousadia, mais criatividade e de tomarmos mais iniciativas para transmitir nossos valores, baseados na ciência e na cultura libertária.

Sugere que as entidades sindicais tenham Secretarias de Cultura próprias, assim como tem Secretarias de Educação, de Saúde e outras. Devem organizar amostras de artistas, músicos, etc e devem se dedicar à instalação de TVs e rádios comunitárias. Devem também planejar estabelecer continuamente atividades culturais. Várias foram as questões levantadas pelos participantes e respondidas pelos palestrantes.

Agradecemos muito a presença de Simões e Alfaya em nosso Ciclo, assim como agradecemos a Inalba Fontenele que, muito bem, coordenou os debates.

Quem se forma, transforma!

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