A médica infectologista e sanitarista, Helena Petta, considera que a ciência e a valorização das políticas públicas teria evitado a dimensão trágica dessa pandemia.

“É com muita indignação, que ontem atingimos a marca dos 600 mil mortos [por covid] no Brasil. Foi nesse tom que a médica infectologista Helena Petta lamentou a situação sanitária do país. Helena é especialista em saúde pública e foi coordenadora do curso de especialização de Gestão de Situações de Emergências em Saúde Pública, do Projeto Força Nacional do SUS, numa parceria entre o Hospital Sírio Libanês e o Ministério da Saúde.

Para ela, o governo Bolsonaro desvaloriza o Sistema Único de Saúde, a ciência e as políticas públicas com seu negacionismo da pandemia, favorecendo a morte. Em sua opinião, o foco científico poderia ter diminuído muito esse número de óbitos notificados.

“A maioria dos casos poderia não ter ocorrido, devido a atuação de um governo genocida, que desde o começo negou a importância da pandemia, atrasou a compra de vacinas, fez apologia e incentivou o uso de medicações sem comprovação científica”, criticou ela, em declaraç`ão ao Vermelho, citando algumas das medidas anticientíficas do presidente Bolsonaro na gestão da pandemia.

“É com muita tristeza que a gente vê como um governo ruim, de direita, pode interferir na vida do país e na vida das pessoas. Nesse caso, na vida e na morte. Um governo que prega a morte”, declara a infectologista, em referência às inúmeras declarações negacionistas do presidente da República, incentivando a população a contrariar medidas sanitárias preventivas assumidas por governos locais.

Mas Helena também considera que os números poderiam ter sido piores, não fosse a estrutura consolidada do Sistema Único de Saúde. “Felizmente, a gente tem um Sistema Único de Saúde pública, que conseguiu, através de suas instituições, dar uma resposta importante de trazer as vacinas, como é o caso da Fiocruz e do Butantan”, salienta Helena.

Para a médica, isso minimizou um pouco o que foi a resposta a esta pandemia. “Mas, mesmo assim, o saldo foi extremamente negativo. isso comprova a importância de escolhermos bons governantes, de ter uma atuação política para que a ciência seja fortalecida”.

Para Helena, é preciso tirar experiências dessa pandemia para que não se repita uma tragédia de proporções similares em futuros eventos sanitários como esse. “A lição que a gente tira de tudo isso, é que a gente precisa fortalecer o Sistema Único de Saúde, as políticas públicas, e ser cada vez mais ‘Fora, Bolsonaro'”, enfatizou.

Além de toda a atuação médica e sanitarista, é possível acompanhar a expertise de Helena Petta na série Unidade Básica, protagonizada por sua irmã Ana Petta e Caco Ciocler, no canal Universal TV, em que ela participa da pesquisa da concepção do drama que entra em sua terceira temporada. 

unidade basica

 

Por Cezar Xavier

Fonte vermelho.org.br/

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