Nessas aproximadamente quatro décadas de redemocratização e nove anos de disputa eleitoral para a Presidência da República, estamos diante de uma eleição emblemática, diríamos que histórica, no que encerra enquanto resultado ao futuro da nação e do povo brasileiro. Polariza o país duas forças principais, a democrática de salvação nacional e os fascistas promotores de ditadura, caos e barbárie.

O segundo turno transformou-se em movimento cívico, patriótico e democrático que vai se ampliando com forças políticas e sociais ao passo que o perigo iminente de desastre se evidencia. Assim, na atual situação de crise aguda no mundo, com o isolamento diplomático e condição de pária e subalternidade do Brasil, a linha tênue cede lentamente a favor da mudança necessária.

A luta é hercúlea para desfazer a grossa camada de ilusão, que ainda impede os ainda eleitores do inominável para entender que estão escolhendo o carrasco para açoitá-los e cortar suas cabeças. Grande parcela são pessoas entorpecidas pelas dificuldades, reagindo automaticamente a gestos eleitoreiros, o que explica a lenta avaliação positiva do (des)governo. Outra parte são os que se identificam com o preconceito, a boçalidade e a amoralidade de seu representante. Esses são militantes organizados e muitos armados.

A batalha se arrasta lance por lance, com as forças democráticas e patrióticas à frente ocupando paulatinamente espaços, com a ação pro-ativa de Simone Tebet, em áreas como o agronegócio e outros setores da economia. A chapa Lula/Alckmin ganha as redes sociais com a presença de grandes influenciadores na campanha, a live do Lula alcançou mais de um milhão de participantes, sendo a maior audiência dos últimos tempos. Vai se confirmando a capacidade de resistência do povo brasileiro contra todas as investidas fascistas.

O rumo continua ser o multiplicar as ações de luta nas ruas, no corpo a corpo, no campo do adversário revertendo ou anulando seus votos, ampliando cada vez mais o apoio às forças de mudanças. Desmascarar de todas as formas o farsante mentiroso e apresentar propostas de mudanças é a ordem do dia, pois ele tem um currículo torpe e práticas nefastas que prejudicam a todos, mesmo àqueles que ainda não percebem, mas que a maioria já identificou. Nesse aspecto, os últimos dias são determinantes para a tarefa de alargar a diferença e confirmar a vitória de Lula 13, o lado certo da história.

O nível da luta é muito alto e dramático. Estamos disputando contra forças conservadoras, capitaneadas pela extrema-direita, que hegemonizam o cenário político nacional encasteladas no governo, com a máquina estatal nas mãos e boa parcela das forças de segurança a seu favor, áreas controladas pela milícia, patrões assediando seus funcionários, promovendo clima de medo e insegurança. Ainda mais, com o Orçamento federal, exceto o reservado para a dívida, em mãos para usar e abusar e se manter no Planalto Central.

A resiliência maior está do lado dos que desejam derrotar o usurpador de obras alheias, do destruidor da Amazônia e dos povos indígenas, do prevaricador e traidor da pátria. Além dos adversários deterem o poder político e econômico, possuem uma atuante militância truculenta nas redes sociais e nas ruas, hoje em certa defensiva, movimentando o conservadorismo impregnado na sociedade com temas de costumes, liberalidades e falsos moralismos. Portanto, subestimar a capacidade de reação dessas forças pode ser fatal na reta final.

O mundo está de olho na eleição do Brasil. A grande maioria das nações, principalmente as latino-americanas, torce pela derrota das forças reacionárias e a recuperação do diálogo, da normalidade diplomática, de relações comerciais mais seguras. O Brasil é um país de importância geopolítica incalculável quando se fala em seguranças globais, em equilíbrio de forças tectônicas em disputa. Sem dúvida, a eleição brasileira tem repercussão e expectativa além de nossas fronteiras.

O país de grandes contribuições na cultura, nos esportes, nas grandes festas populares, na alegria, na multidiversidade de cores e relações sociais, na ciência, na tecnologia, na economia, na diplomacia, na paz mundial, não arriará a bandeira brasileira (enlameada e abusada pelos fascistas), até a derrota no dia 30 de outubro do miliciano chefe da extrema-direita e limpar o país do excremento chamado bolsonarismo. Livrando de vez a nação brasileira e seus símbolos da vergonha.

Belém, 19 de outubro de 2022

Érico Leal - Licenciado em Geografia pela UFPA

.