No dia 26, sexta-feira, aconteceu o encerramento de mais uma edição do Ciclo Nacional de Palestras Formativas do CES. Para fazer o fechamento desta edição, contamos com os palestrantes José Faggian e Ronaldo Pagotto. O tema ministrado pelos palestrantes foi “Movimento Sindical e Movimentos Sociais: aliança estratégica, formação ideológica, organização e lutas”.

Ronaldo Pagotto fez um panorama geral das importantes mudanças no Brasil e no Mundo, falou sobre a falta de alternativas e perspectivas que o Capitalismo oferece para a Classe Trabalhadora. “Hoje o Capitalismo não oferece nada, estamos no salve-se quem puder”.

O Capitalismo nunca ofereceu nada, mas no último período iniciou uma destruição, vide as crises profundas que a classe trabalhadora está vivendo, as disputas geopolíticas no mundo, as guerras que estão em curso. Em Israel, um genocídio contra o povo palestino. “Estamos vivendo a barbárie”.

A classe dominante não tem projeto de desenvolvimento e quando temos um Governo que oferece melhores condições de vida para o povo, a burguesia faz todos os movimentos de “combate a este projeto”. Um exemplo recente foi com relação a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima (anunciada pelo Governo Lula), a postura da grande imprensa e dos setores burgueses foi fazer um “show”, divulgando que se trata de um projeto antigo, mais do mesmo e outras colocações de repressão.

Diante de um quadro de esperança com o Governo Lula, mas complexo (já que temos um Congresso Nacional, ultraconservador) precisamos travar a batalha de ideias, temos que ocupar todos os lugares de debate e ganhar a disputa na sociedade, seja nos setores médios, seja com o proletariado.

“O que fizemos até hoje não é o suficiente para enfrentar o Capitalismo, precisamos fazer mais, temos que garantir a unidade do povo para não deixar a classe dominante florescer”.

Na sequência da exposição do palestrante Ronaldo, os participantes ouviram atentamente a exposição do palestrante José Faggian, atual presidente do SINTAEMA/SP.

Faggian trouxe um panorama das dificuldades ideológicas e iniciou sua fala dizendo que é mais fácil imaginar o final do Mundo do que do Sistema Capitalista.

Através de dados extraídos do relatório de Oxford e do DIEESE, o palestrante falou sobre as questões das desigualdades no Mundo. De 2020 a 2022, os 5 homens mais ricos dobraram sua riqueza e mais de 5 bilhões da classe trabalhadora ficaram mais pobres.

Foram mais de 80 reformas trabalhistas no Mundo, retirada de direitos, precarização do trabalho e um processo de empobrecimento da classe trabalhadora no mundo. As mudanças nas legislações e pequenos grupos no poder político vão aprofundando as desigualdades; os salários médios de hoje são inferiores aos salários de 50 anos atrás.

Temos 8 milhões de desempregados, este número já é menor do que no governo passado, porém precisamos usar as novas tecnologias a nosso favor, distribuindo a produtividade com a classe trabalhadora. Lutar para diminuição da jornada de trabalho, criação de novos postos de trabalho e diminuição da pobreza que foi instaurada entre os trabalhadores e trabalhadoras.

Temos que entender que o Capitalismo destrói para construir em bases mais favoráveis, por isso, a importância de mobilizar e debater com a sociedade.

Faggian falou da luta que está sendo travada pela Não Privatização da Sabesp; estamos nas ruas mobilizando e procurando dialogar com a sociedade, pois sabemos que a privatização aprofunda as desigualdades. O que está em disputa não é a privatização, mas o papel do Estado e dos serviços essenciais para a população.

Após a exposição dos palestrantes foi aberto o debate com os palestrantes, foi um momento de muitas trocas e aprendizado. Agradecemos aos palestrantes pela imensa contribuição neste Ciclo de Palestras, a diretora do CES, Priscila Vautier, pela coordenação da mesa e a todos e todas que estiveram presentes em uma semana formativa muito importante.

Quem se forma, transforma.

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