Jair Bolsonaro é uma desgraça para o povo brasileiro. Relatório divulgado nesta quinta-feira (8) aponta que o Brasil caiu três posições no Índice de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas (ONU). O IDH é composto pela expectativa de vida ao nascer, a escolaridade e a renda. Antes na 84ª posição, o país agora está 87º na lista de 191 países analisados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

O índice do Brasil em 2020 era 0,758 e caiu para 0,754 em 2021, um decréscimo de -0,004. Segundo a metodologia, quanto mais perto de um estiver um país, melhor o IDH. Conforme registra a Folha, “essa é a primeira vez que o Brasil apresenta queda em dois anos seguidos. Em 2019, o país havia registrado 0,766 após 11 anos de crescimento”.

Pandemia não serve como desculpa 

Para Rodrigo Prando, doutor em sociologia e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a pandemia da Covid-19 não serve como única desculpa para explicar a trágica queda do Brasil no ranking mundial. “Como o índice trabalha com fatores como expectativa de vida, renda e escolaridade, todos afetados pela pandemia, temos esse impacto... Podemos creditar isso à conjuntura pandêmica, mas as ações governamentais só trabalharam para piorar um país que já era muito desigual”.

Já para Fabrício Polido, especialista em direito internacional e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a queda por dois anos seguidos reverte grande parte do progresso brasileiro nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda de 2030 da ONU, entre os quais estão a erradicação da pobreza, fome zero e agricultura sustentável, saúde e bem-estar, educação de qualidade e a igualdade de gênero. As informações do relatório acendem um sinal vermelho em meio a um mundo em crise, afirma.

Em comparação com os países da América Latina e Caribe, o Brasil agora está atrás de 15 nações: Chile, que tem o maior IDH da região, Argentina, Bahamas, Trindade e Tobago, Costa Rica, Uruguai, Panamá, Granada, Barbados, Antígua e Barbuda, São Cristóvão e Névis, República Dominicana, Cuba, Peru e México. “O desastroso desempenho do país na pandemia, que já resultou em quase 700 mil brasileiros mortos, foi o fator determinante para a queda do IDH nacional”, conclui o editorial da Folha.
 
Por Altamiro Borges
.