O Ciclo Nacional Remoto de Palestras Formativas do CES teve início na terça-feira, 23 de julho. Iniciamos o ciclo com muito entusiasmo. A coordenadora geral do CES, professora Liliana Lima, fez uma breve saudação aos participantes e falou da alegria de contar com todos os presentes em mais uma atividade formativa do CES.
Na sequência, o professor Augusto Petta, coordenador de formação do CES, agradeceu a presença de todos (as), informou sobre a programação e dinâmica dos trabalhos durante os três dias, além de citar todos os estados presentes neste ciclo.
A palestrante Nádia Campeão iniciou sua exposição destacando que estamos em um momento de definições e organização para as eleições municipais até 5 de agosto. São mais de 5 mil municípios decidindo suas candidaturas e, após estas definições, teremos uma campanha curta.
As eleições municipais no Brasil acontecem entre duas disputas gerais: Presidencial e para o Congresso (Câmara e Senado), o que apresenta questões permanentes:
- As eleições municipais são mais uma decorrência da anterior? Ou preparam a próxima disputa?
- O que devemos focar mais?
- Outra questão é saber o que predomina nas eleições municipais: a conjuntura nacional ou a realidade municipal?
Todas essas perguntas e reflexões permeiam a eleição municipal. É importante levar em conta as consequências do que aconteceu em 2022 e prever o que vai acontecer em 2026. Estes dois vetores estão sempre presentes.
“Nós esperamos que o resultado de 2022 (Lula eleito presidente) reflita em 2024, no sentido positivo”, disse Nádia.
Quando Bolsonaro ganhou em 2018, impactou muito a eleição de prefeito em 2020. O campo popular teve uma derrota acentuada, perdendo muitas prefeituras. Vários municípios elegeram candidatos alinhados com Bolsonaro. Lula chegou em 2022 sem bases municipais.
Esperamos que o campo progressista e popular avance em 2024, mas sabemos que a direita e a extrema-direita ainda terão resultados significativos, pois ainda colhem os frutos do que aconteceu há dois anos.
Tivemos uma disputa acirrada e ainda teremos impacto nessa eleição, a correlação de forças da direita e extrema-direita no Congresso impacta as candidaturas também.
Além deste resgate das últimas eleições e seus impactos, Nádia também falou da importância de prefeitos e vereadores serem porta-vozes da difusão de informações sobre os programas sociais do Governo Federal, além de divulgar o que está chegando ao município, para que consigam derrotar os projetos conservadores da direita e extrema-direita nas eleições de 2024.
Após a explanação de Nádia, o diretor do CES, Rene Vicente, que coordenou a mesa, fez uma breve exposição sobre os desafios nas eleições municipais para derrotar a extrema-direita e trouxe dados importantes sobre as taxas de sindicalização.
“Nas eleições de 2022, derrotamos Bolsonaro, mas não o Bolsonarismo”.
O IBGE fez um levantamento (de 2012 até 2023) que demonstra que, no auge dos Governos Lula e Dilma, vivemos o pleno emprego e tivemos grandes conquistas trabalhistas, fato que incomodou a burguesia, culminando no golpe de 2016 contra a presidenta Dilma. O empresariado se incomoda com o pleno emprego, pois os trabalhadores ficam insubmissos.
Em 2013, tivemos 3,5% de desemprego e a valorização dos trabalhadores. É importante fazer esse resgate histórico para analisar os dados que hoje refletem no mundo sindical. Em 2012, 14,4 milhões de trabalhadores eram sindicalizados no país. Hoje, com 100,7 milhões de trabalhadores ocupados (não necessariamente com carteira registrada), temos uma alta taxa de informalidade, e a maioria sobrevive de “bicos”.
Em 2023, temos uma queda substancial de 7,8% em relação a 2022 no volume de trabalhadores sindicalizados. Em 2022, tínhamos 9,2 milhões de trabalhadores sindicalizados; perdemos, em um ano, 713 mil pessoas que deixaram de participar de seus sindicatos e agremiações trabalhistas. Os sindicatos estão sendo reféns do neoliberalismo e da discriminação sindical. Os sindicatos não são mais respeitados, perdendo para igrejas, ONGs e outras instituições neoliberais. Mas, os sindicatos continuam sendo a ferramenta de luta.
Rene trouxe um panorama geral do Movimento Sindical, além de atualizar sobre as reivindicações das Centrais Sindicais. Sua exposição contribuiu imensamente para o debate da noite. Agradecemos a todos e todas que participaram do debate, à Nádia e ao Rene pelas ótimas exposições.
 
Quem se forma, transforma!
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