Estamos transformando luto em luta. Choramos pelas pessoas que perderam suas vidas para a COVID – 19. Mulheres e homens, crianças, idosos (as), jovens, amigas, parentes, colegas, vizinhas, famílias que se separaram de um dia para o outro, e nem puderam enterrar seus mortos.

Nossa denúncia é firme, indignada e contundente: O responsável por estas mortes tem nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. 

Nossa resistência e luta não está sendo em vão. Estamos acumulando forças, e temos a certeza de que o próximo ato será ainda maior. 

Por isso conclamamos a todos, todas e todes a se juntarem nas ruas, como diz a canção:

 

“Vem vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.”

 

O país ultrapassa à dolorosa marca de 500 mil mortos pela Covid-19. Essa tragédia, associada ao agravamento da situação geral do país se deve à postura negacionista do Bolsonaro e da pauta ultraliberal, neocolonial e autoritária do seu governo. 

A pandemia, em decorrência da conduta negacionista e criminosa do presidente da República, adquiriu a dimensão de catástrofe nacional. O presidente além de genocida, é misógino, racista e LGBTfóbico. 

A postura bolsonarista de negar a pandemia para salvar a economia teve como produto um duplo fracasso: o Brasil, mundialmente, é o segundo em números absolutos de mortes pela Covid-19 e a economia está afundada em crise. 

Cerca de 800 mil empresas quebraram e os últimos dados do IBGE apontam que 14,4 milhões de trabalhadores e trabalhadoras padecem no desemprego, 6 milhões estão desalentados. Bolsonaro transformou o Brasil num enorme cemitério, onde as mortes aumentam a cada dia e a miséria também. 

A CPI da Pandemia no Senado Federal, resultado de um movimento de frente ampla, pôs Bolsonaro e seus ministros no centro das investigações que apuram os responsáveis pela dimensão de catástrofe que assumiu a pandemia no país. 

Diante dessa marcha destruidora, amplia-se a tomada de posição de forças da política, da economia, da cultura, da sociedade como um todo para isolar, desmascarar e derrotar Bolsonaro. 

Desde o início do ano, o isolamento crescente de Bolsonaro se manifesta no afastamento de parcelas das classes dominantes de sua base de apoio e, também, de camadas médias; e na ruptura que houve entre ele e parte da cúpula das Forças Armadas. 

Apesar da sua popularidade estar caindo, o presidente Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes garantem grande aumento aos lucros dos bancos. Os dois maiores bancos privados cresceram seus lucros em 74% e 64% em um ano. 

Eleva-se, também, o número de bilionários enquanto o Brasil tem a 2ª maior concentração de renda entre mais de 180 países. 

As desigualdades sociais estão estampadas nas ruas, com milhares de pessoas e famílias ao relento. Mais da metade da nação – 116,8 milhões de pessoas – vive sob insegurança alimentar e 19 milhões estão passando fome. 

As bandeiras capazes de unir e pôr em movimento amplas forças políticas, sociais, econômicas, culturais e institucionais são: enfrentamento à pandemia; defesa da vida, com vacina para todos e todas; distanciamento social; respeito às demais normas sanitárias; auxílio emergencial de R$ 600 e combate à fome; luta pela proteção e geração de empregos; socorro a micro, pequenas e médias empresas; e defesa da democracia, rechaço ao golpismo de Bolsonaro. 

Desse acúmulo, fruto da resistência democrática e popular, vai despontando um novo ambiente político, marcado pelas grandes manifestações nas ruas, construídas com ampla unidade e participação de diversos setores da sociedade que demonstram sua indignação em atos pelo Brasil do Oiapoque ao Chuí. 

A esperança do povo desabrocha. Vai sendo criada a possibilidade real das oposições vencerem as eleições de 2022, derrotando e expulsando Bolsonaro do governo, único meio de livrar o país do pesadelo em que se encontra. 

No 8 de Março, quando as mulheres se mobilizaram em uma ampla frente, no 1º de Maio unitário, organizado pelo Fórum das Centrais Sindicais, expressão da unidade do sindicalismo brasileiro. No 26 Maio que a estudantada bradou a palavra de ordem: Queremos vacina no braço e comida no prato!

No 29 Maio que tivemos atos pelo Fora Bolsonaro em todo o país. Foi um ato nas ruas e nas redes que agregou um leque amplo, social e político, com repercussão nacional e internacional. 

E no 19J fomos milhões!!!! Mais de 50 mil porto alegrenses ocupando as ruas com todo cuidado, com distanciamento social, uso de máscara e álcool em gel. 

A chuva não espantou ninguém das ruas, gritamos, confraternizamos, cantamos e choramos as mais de 500 mil mortes num ato simbólico com velas e um lindo jogral. 

Seguimos de espinha ereta e cabeça erguida! 

A mobilização do povo e da classe trabalhadora, vertente impulsionadora e decisiva dos movimentos de frente ampla, cresce, amplia e se fortalece. 

O Brasil precisa de um novo governo, sustentado por amplas forças, que terá o desafio de reconstruir o país e criar as condições para se implementar um novo projeto nacional de desenvolvimento. 

É urgente a retomada da democracia, da possibilidade de esperançar, viver com dignidade, trabalho, educação pública de qualidade, SUS forte, políticas públicas que dialoguem com as necessidades reais do povo e principalmente das mulheres chefas de família, em sua maioria negras e periféricas. 

Nós acreditamos nas “flores vencendo canhões.” 

O povo brasileiro unido para derrotar Bolsonaro!

 

“Vem vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.”

 

Por Silvana Conti é Feminista, vice-presidenta da CTB/RS e mestranda em Políticas Sociais da UFRGS.

Fonte:www.esquinademocratica.com/

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